É muito fácil se acomodar com a vida. Quando menos se espera estamos fazendo tudo igual. Trabalho para casa, casa para o trabalho. A diversão se resume a encher a cara de cerveja nos mesmos botequins. Sair para fazer alguma coisa diferente dá uma puta preguiça. De repente a barriga está enorme e vestimos chinelo e camiseta para ir até em festa de casamento.
Escrevo isso por experiência própria, me tornei uma caricatura do Homer Simpson. O resultado foi uma separação, terapia, frangalhos da minha auto-estima e uma das piores fases da minha vida. Me olhava no espelho achando que morreria sozinho, que ninguém se interessaria por uma alguém como eu.
Felizmente consegui reverter a situação. Tracei alguns planos (escritos no blog Falta eu Acordar) e agora sou o oposto do que fui.
O que me salvou foi a rua. Redescobri a paixão em pedalar, em ocupar as praças e militar por causas coletivas. Conheci a mulher com a qual pretendo passar o resto da vida, gente com interesses em comum e este ano participei de dois eventos incríveis em São Paulo, com pessoas que estão lutando para construção de cidades melhores.
Morar numa metrópole e ter acesso à internet potencializa a arte do encontro. Seja qual for seu interesse, é possível conhecer pessoas com os mesmos gostos e encontrá-las. Para o bem e para o mal. As ferramentas estão aí, disponíveis para quem quiser.
É muito fácil calcular quantas vidas foram ceifadas nas ruas, mas é extremamente difícil calcular quantas foram salvas por elas.
Publicado inicialmente em http://www.ilhados.com/2014/12/quantas-vidas-rua-salvou.html
Publicado inicialmente em http://www.ilhados.com/2014/12/quantas-vidas-rua-salvou.html
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