domingo, 14 de fevereiro de 2016

O penúltimo lugar da União da Ilha


Mas Ney conhece seu povo. De fato haveria deserções dos componentes que poderiam afetar o desfile. A Ilha, apesar de possuir muitos amantes incontroláveis, está longe de ser a agremiação que já foi um dia. Está longe de ter membros aguerridos como a Beija-Flor. Está longe se ser amada pela comunidade insulana como Nilópolis e a Mangueira são amadas pelas pessoas que moram no entorno de suas quadras. E por quê?


Teço aqui algumas considerações dos motivos pelos quais acredito que a União está tão distante da comunidade:

1) Madrinha da Bateria que ninguém conhece, ninguém nunca viu. Perguntei para algumas pessoas como se faz para ocupar esse cargo e todas as respostas variavam entre "ela pagou" ou questões de natureza sexual/romântica/afetiva. De concreto nisso, os critérios de escolha não são claros;

2) A escolha do samba enredo também é obscura. Nem sempre o vencedor é o preferido pelo público que acompanha a competição. Mais uma vez, a politicagem é apontada como principal critério seletivo;

3) A direção da escola também toma decisões unilaterais, sem consultar a comunidade. Um exemplo foi a extinção da ala das crianças, que desapontou muita gente e enfraqueceu a criação de vínculo com os pequenos, comprometendo ainda mais o futuro da agremiação.

Em suma, a falta de participação popular no dia a dia da escola afasta a comunidade, tornando-a fraca e fazendo com que soframos toda quarta-feira de cinzas. A direção precisa ouvir mais aqueles que de fato constroem a União da Ilha, só assim estaremos preparados para lutar pelo título. Mas também há quem acredite é melhor assim, podem acabar descobrindo coisas demais.

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