A primeira vez que entendi a necessidade do brasileiro em acreditar em forças sobrenaturais para manutenção do cotidiano foi quando prestei serviços para a Telemar. Além do trabalho dos engenheiros, só mesmo o trabalho de entidades espirituais fortíssimas para fazer com que você tire o telefone do gancho e ele te permita falar com alguém em outro lugar.
Ainda hoje acredito que todos os dias de manhã um caboclo bafora fumava de charuto naqueles painéis para permitir que as ligações aconteçam.
Em nada me admira a Prefeitura do Rio fazer contratos com o Caboclo Cobra Coral. Só mesmo um ser de luz, muito evoluído, para não ter ressentimento contra uma população que literalmente exterminou seus antepassados para, ainda assim, dedicar um tempinho da sua existência para nos livrar de desastres naturais. Na boa? Se fosse comigo eu deixava era todo mundo morrer afogado.
Caboclo Cobra Coral |
Escrevo isso para falar que ainda não estou acreditando que um cientista enviou dez amostras concentradas de coronavírus para diferentes laboratórios do Brasil por Sedex. É ou não é o prelúdio do apocalipse?
Se eu fosse o responsável pela postagem, meu ateísmo ia sumir mais rápido do que antivax correndo para fila de vacinação do covid. Eu ia ajoelhar na frente da agência dos Correios, acender 20 velas e rezar para todos os deuses conhecidos, praticamente uma cena da Porta dos Fundos.
Cada dia que passa eu tenho mais certeza que o fim do mundo vai começar no Brasil.
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