sexta-feira, 11 de maio de 2018

A polêmica do Peninha

O martelo do tribunal da internet bateu mais uma vez. Como já li algumas das publicações do Eduardo Bueno, assisti todos os vídeos do Buenas Ideias e já o acompanho em entrevistas e reportagens há algum tempo, posso falar com um pouco mais de profundidade sobre ele do que os comentários que tenho lido no Facebook, chamando-o de babaca e diminuindo a importância de seus livros. Tudo isso por conta de um vídeo sobre futebol no qual ele fala para a comentarista voltar para a cozinha.

É difícil encaixar Eduardo Bueno, o Peninha, um dos quadrantes do plano cartesiano político, por isso ele é atacado tanto pela direita quanto pela esquerda. Meio como o Ricardo Boechat. Isso não me incomoda, já que também sou assim, como vai ficar claro neste texto.

Bueno sempre foi polêmico, mas teve, e tem, importância fundamental no incentivo ao estudo de história. Foi o primeiro escritor a colocar a história do Brasil nas listas dos mais vendidos com a trilogia Terra Brasilis. Jornalista de formação, escreveu com uma linguagem acessível e atraente as difíceis palavras dos acadêmicos. Isso abriu caminho para outros best sellers, como Laurentino Gomes. Obviamente os historiadores ficaram chateados com o sucesso dos jornalistas e uma rixa foi criada.

Polêmica com Eduardo Bueno
O engraçado disso é que foi o Bueno o responsável pelo interesse de muita gente em conhecer nossa história, cuja deficiência virou bordão da esquerda para explicar o crescimento de discursos de ódio.

Muita gente se incomoda porque ele toca em alguns tabus, mas que são fundamentais para entender o país de maneira limpa. Um desses tabus é que os grupos revolucionários durante a ditadura não lutavam pela democracia, mas lutavam pela implementação de outra ditadura, a do proletário. Uma rápida pesquisa no Google prova isso, tando que houve diversas dissidências por alinhamento ideológico, alguns queriam seguir o modelo soviético e outros o modelo chinês.

Os africanos escravizados trazidos para o Brasil eram vendidos por outros negros, assim como Zumbi, ícone da liberdade, tinha escravos em seu quilombo. Peninha toca nesses assuntos não para justificar o racismo ou qualquer outro tipo de violência, mas porque esses fatos são reais e uma discussão honesta sobre nosso passado não pode omitir nenhuma informação.

Futebol e zueira

Não acompanho futebol, mas todas as discussões que presenciei de amigos conversando sobre o assunto foram acaloradas e a zueira sempre reinou nesses ambientes, não como forma de opressão, mas como demostração de intimidade e afeto. Quantas vezes já chamei amigos de filhos da puta como sinônimo de querido? Muitas.

Quando estamos cercados de pessoas próximas, nossa língua fica mais frouxa. Os filtros morais desaparecem e por vezes fazemos comentários jocosos que não possuem nenhum objetivo de ofender.

Não acredito que Bueno seja machista ou racista, e tampouco achei o comentário ofensivo. Adoro o canal dele de história, o Buenas Ideias, no qual ele usa a mesma língua afiada.

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