Outro dia conversava com uma amiga sobre uma lista de 20 coisas para se fazer antes dos 30 publicada no Medium. Como já estou perto dos 40, achei aquelas recomendações pueris, como criar o hábito ler diariamente, cuidar da alimentação e fazer atividade física. Consegui atingir muitos daqueles objetivos, depois dos 30, é verdade, mas cada um tem seu tempo.
Tentei, desde então, pensar numa atualização para minha faixa etária. São exercícios que pratico diariamente e a diferença é que a minha é mais focada no outro, enquanto sua análoga mais jovem trata de conquistas pessoais. Ao invés de fazer, é sobre aprender.
7 coisas para serem aprendidas antes dos 40
Ter mais responsabilidade afetiva
Uma antiga namorada me escreveu numa carta anos atrás: "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Não sabia, mas era uma frase bem conhecida d'O Pequeno Príncipe, livro infantil que só agora estou começando a entender.
Confesso que tenho negligenciado isso. Não posso mais continuar sem dar a devida atenção aos sentimentos que os outros nutrem por mim. Desde as coisas mais pequenas, como desmarcar um compromisso sem dar satisfação, até coisas maiores.
Ser um incentivador
Tenho tentado fazer um elogio por dia, pessoalmente ou pelas redes sociais. Parabenizar um amigo por uma conquista, elogiar um trabalho, tentar motivar alguém que está triste, enviar uma mensagem em um dia especial, essas coisas que não custam nada mas que podem fazer uma grande diferença.
O mundo já um lugar cruel demais, com milhões de obstáculos e gente tentando nos derrubar. Sejamos pontes.
É impossível mudar o outro
Não se engane, fazer alguém mudar é uma tarefa quase impossível. Não quero mais começar um relacionamento com alguém aceitando determinadas características que me são desagradáveis acreditando que com o tempo vou conseguir mudá-las.
Tem coisa que é imutável, e cabe a nós desenvolver a habilidade de saber distinguir das que não são.
Deixar de ser grosso
Achava que o mundo estava ficando nutella demais, com as pessoas se magoando por qualquer coisa. Talvez elas estejam mesmo, mas ouvir de alguns amigos que sou grosso tem me deixado mais atento quanto a isso.
Não achar como os outros devem agir
Frases que tenho tentado abolir nos meus diálogos: "você deveria ter feito isso..." e suas variações. As pessoas sempre tentam fazer o melhor possível (tá bom, nem sempre), mas quem sou eu para saber como cada um deveria ter procedido?
Não quero mais opinar sem ser solicitado. Muitas vezes, tudo que nosso interlocutor precisa é de uma escuta afetiva, sem sugestões ou tentativas de resolução de seus problemas.
Quando me perguntado, tento responder: "no seu lugar, eu teria agido desta forma".
Não julgar, principalmente julgamentos morais
Ninguém sabe o que o outro viveu para fazer determinadas coisas e na maior parte das vezes só tomamos conhecimento de um lado da história. Pré-julgamentos na internet já foram responsáveis pelo assassinato de inocentes e destruição de reputações. Por isso tenho tentado ser um 'espaço seguro', ser aquele cara que está sempre disponível para ouvir qualquer segredo, até mesmo os mais bizarros, sem julgar. Ouço calado, tento controlar todas minhas reações corporais e só emito minha opinião se solicitada, e minha opinião sempre vai ser de conforto.
Não acredito em livre arbítrio, por isso acho que tudo é natural e normal. "Faça o que tu queres pois é tudo da lei" (segunda citação clichê do texto), desde que seja consensual e que não fira terceiros.
Só insistir em relacionamentos que valem a pena
"Onde não puderes amar, não te demores" (eita que hoje tá um festival de clichês).
Tem gente que não tá a fim, então é melhor deixar ir. Se apegar a isso é um tremendo sofrimento.
E você, acrescentaria alguma coisa?
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