Hoje assisti um vídeo de mais um empreendedor com a solução para salvação do mundo: carne vegetal. Parece carne, sangra como carne, tem gosto de carne, mas é feita com vegetais ou cresceu a partir da multiplicação de células animais em laboratório. Vou tentar explicar, em poucas palavras, porque esse tipo de ‘solução’ é uma falácia.
O Guia Alimentar Para a População Brasileira é um dos documentos mais avançados do mundo com sugestões nutricionais para um país. Resumidamente, ele recomenda a ingestão de alimentos in natura ou minimamente processados, redução do consumo de carne vermelha e evitar, sempre que possível, os ultraprocessados, já que são comprovadamente cancerígenos. Esta carne vegetal é um ultraprocessado, logo, precisa ser evitada.
Mesmo que seja um composto seguro para consumo, o que ainda é cedo para dizer já que faltam pesquisas que avaliem como o corpo humano vai reagir, entramos num outro item muito importante: a soberania alimentar.
Quando falamos em segurança nutricional, falamos também de soberania alimentar, que é o controle pela população da cadeia produtiva de seus alimentos. Esta carne vegetal/de laboratório será produzida por alguma das 10 multinacionais bilionárias que detêm o oligopólico da produção mundial, e achar que mais uma tranqueira ultraprocessada fornecida por uma dessas empresas é solução para qualquer coisa é uma falácia que precisa ser combatida.
O que precisamos fazer: reduzir o consumo de derivados animais, incentivar a agroecologia e a agricultura familiar.
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