quinta-feira, 22 de julho de 2021

Forças Armadas Brasileira

Uma vez tentei explicar o conceito de aquecimento global para uma pessoa com poucos anos de estudo formal. Morador de uma favela, numa área violenta e com poucos equipamentos públicos, ele não conseguia entender como o mundo estava aquecendo já que estava diante de uma reportagem que mostrava um país passando por uma forte nevasca, debaixo de metros de neve, de uma forma como nunca antes tinha acontecido.

“Olha o aquecimento global aí”, dizia ele na frente da televisão.

Ele não tem culpa, é vítima do descaso do poder público que foi incapaz de fornecer uma estrutura educacional mínima que permitisse que ele aprendesse sobre um conceito elementar da matemática: média aritmética.

Numa conversa informal, fui incapaz de explicar. São necessários, no mínimo, dez minutos, papel e caneta para demonstrar exemplos e fazê-lo entender o que é o aquecimento global. Uma mini aula. Por causa do desconhecimento de conceitos elementares, os cientistas estão dizendo ‘mudança climática’ no lugar de ‘aquecimento global’, para se fazer entender pela massa que não teve acesso a uma educação básica de qualidade.

Ontem as Forças Armadas ameaçaram a democracia brasileira dizendo que se não houver voto auditável não haverá eleições ano que vem.

O voto atual é auditável, mas como explicar isso para nossos generais? As Forças Armadas acumulam vergonha atrás de vergonha, demonstrando total incapacidade de gestão e corrupção, e não possuem capacidade mínima de entender como as urnas eletrônicas funcionam, assim como o cidadão do início desse texto foi incapaz de entender o aquecimento global.

Tem dia que dá uma tristeza danada ver o Brasil desse jeito. Obscurantista, negando ciência, preconceituoso, violento, com uma população que não tem conhecimentos acadêmicos básicos, desde os mais pobres até os mais ricos e generais.

Se entrássemos em guerra, nosso generalato ia desviar munição, mandar tropas para o lugar errado, carregar drogas nos aviões e atacar a própria população, num típico quadro do quartel d’Os Trapalhões.

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