Assisti um trecho da entrevista do ator Sandro Rocha, famoso por Tropa de Elite, na qual ele fala da cidade subterrânea de Ratanabá (uma civilização que teria habitado a Amazônia há milhões de anos) e lembrei na hora do Sr. Buckley, motorista que buscou Carl Sagan no aeroporto certa vez. A história é contada no livro O Mundo Assombrado Pelos Demônios, que é uma das publicações mais importantes para mim.
O Sr. Buckley ficou feliz ao ver que seu passageiro era um cientista famoso e resolveu conversar sobre ‘ciência’: alienígenas presos pelo governo estadunidense, máquinas que conversam com os mortos, o poder de cura dos cristais e Atlântida, cidade extremamente avançada que também teria submergido após um cataclisma geológico.
O que Sandro Rocha e o Sr. Buckley têm em comum, além de acreditar em sociedades altamente desenvolvidas que nunca existiram? Ambos são curiosos e querem descobrir os mistérios do universo, condições necessárias para se fazerem cientistas.
Sagan tenta entender em que ponto a sociedade errou e deixou essas pessoas se perderem nas bobagens das pseudociências. Sem focar em questões individuais, esse é um problema que precisa ser tratado de forma coletiva.
A sociedade está permitindo que teorias da conspiração sejam espalhadas pelos seus canais, trazendo confusão às pessoas que acabam não aprendendo a distinguir a ciência verdadeira de sua imitação barata.
Sagan também alerta para o desmonte das instituições científicas públicas e de como isso pode servir de base para ideias extremistas. Parece que ele estava escrevendo sobre o Brasil de hoje, e naquela época nem existiam os tios da zap.
Rocha e Buckley representam milhões de pessoas, e é urgente resgatá-los da escuridão.
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