sexta-feira, 6 de março de 2020

Rio, a cidade que deu certo

A imagem de Aimberê morto na praia, amparado por José de Anchieta, foi a abertura da aula sobre a fundação do Rio de Janeiro ministrada por Henrique Silveira. O quadro ‘O último tamoio’ retrata a vitória portuguesa sobre os indígenas, marcando definitivamente o início da ocupação da região onde a cidade foi erguida

As festas, feijoadas e rodas de samba que acontecem no dia primeiro de março são, na verdade, a comemoração de um genocídio. Claro que a gente resignificou essa história, mas não podemos esquecer que o Rio foi erguido sobre sangue indígena e, depois, negro

Esta cidade deu certo, não encontramos mais índios pelas ruas, todos foram eficazmente assassinados

'O último tamoio', em exposição no Museu Nacional de Belas Artes, na Cinelândia
Uma vez, estava com um amigo anarquista em São Paulo em frente a uma catedral quando fiz um comentário sobre a beleza do prédio. Ele disse que não achava bonito, já que não conseguia ver beleza em obras realizadas com trabalho escravo

Acho Cuba um país incrível, sem gente dormindo nas ruas, medicina e universidades gratuitas, entre outras conquistas sociais atingidas, em parte, por uma ditadura e pelos paredões dos tribunais revolucionários que mataram não apenas criminosos de guerra, mas opositores do regime

No fundo, tudo que a humanidade construiu foi assim, na base de guerras, genocídios, exploração e sofrimento. Sem julgamento de valor, o que move o ser humano é a destruição

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