Iniciei minha reeducação alimentar há uns oito anos. Depois de uma separação e com a auto estima no chão, me olhei o espelho e percebi que precisava mudar. Comecei, então, a dar pequenos passos e essa caminhada continua até hoje.
A primeira mudança foi comer apenas um acarajé toda sexta-feira depois do expediente. Costumava comer dois, três, antes de pegar a barca para Ilha. Na semana seguinte troquei o pê efe do botequim por comida a quilo, substituindo aos poucos os carboidratos e proteínas animais por verduras e legumes.
Trabalhar na Ação da Cidadania me faz pensar em comida praticamente durante todo o período em que estou acordado, até mesmo nos meus momentos de lazer. Quando estou realizando alguma tarefa em casa, abro o YouTube e fico assistindo Quilos Mortais, reality que mostra a luta de obesos mórbidos para mudar seus hábitos e conseguir emagrecer e salvar suas vidas.
Na teoria o processo de emagrecimento é muito simples: apenas mude a alimentação. A bariátrica é só uma ferramenta auxiliar e que em nada vai resolver se o prato não mudar.
Quilos Mortais |
A taxa de sucesso das pessoas que conseguem é de apenas cinco por cento. Vejam bem: apenas cinco por cento das pessoas que estão à beira da morte conseguem uma reeducação alimentar de longo prazo para salvar suas vidas.
Agora imaginem a taxa de sucesso das pessoas que não têm a morte no seu horizonte próximo, pessoas que possuem como meta apenas um planeta sustentável para as gerações futuras, quantas conseguem abrir mão do prazer da carne?
Sei que estou ficando monotemático, mas fico impressionado com a ginástica retórica que a esquerda progressista faz para não mudar seus hábitos alimentares. A produção de proteína animal está acabando com o planeta e podemos começar a mudar isso agora, sem precisar esperar a queda do capitalismo, queda esta que é muito mais retórica do que real.
Mas se apenas cinco por cento daqueles que estão à beira da morte conseguem, o que podemos dizer daqueles que ainda gozam de boa saúde?
"Não há nada mais trágico neste mundo do que saber o que é certo e não fazê-lo. Que tal mudarmos o mundo começando por nós mesmos?" Martin Luther King.
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