quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

O futuro num mundo sem empregos

Você é otimista ou pessimista? Imaginando o futuro da humanidade daqui a, sei lá, 100 anos, estaremos melhores, num mundo com mais igualdade, ou piores, vivendo uma distopia?

Sou um cara otimista na maior parte do tempo. Fazer parte do Bike Anjo, ensinar pessoas a pedalar e trabalhar numa importante instituição que contribuiu com a saída do Brasil do Mapa da Fome, para mim, significa acreditar em um futuro bem diferente desta realidade que nos massacra todos os dias.

Frente a esta minha crença que não nos aniquilaremos, segue abaixo como acredito que será nosso futuro.

Um segundo renascimento

A Renascença foi um período da história marcado pela redescoberta de valores culturais da antiguidade clássica, como o humanismo, influenciando a política, as artes, a economia, religião e ciências. Grécia, junto com Roma, foi fonte de inspiração, e ideais como república e democracia ganharam força e pautaram revoluções.

Na democracia grega, que virou o propósito de boa parte dos regimes políticos ao redor do mundo, o cidadão não trabalhava. Estas atividades eram relegadas aos escravos, cabendo aos gregos as funções de coordenação. O tempo livre era utilizado no aprimoramento do intelecto, como artes, literatura, música e filosofia.

Esse sistema deu tão certo que o conhecimento gerado naquele tempo é referência até hoje, sem falar que durante séculos o país foi uma potência em todas as áreas, com um exército imbatível que fez com que seus generais sejam homenageados até hoje.

Nesse futuro otimista que imagino, novamente os cidadãos não trabalharão, mas o trabalho não será realizado por escravos, mas pela tecnologia, inteligência artificial e robôs. Teremos tempo livre para nos dedicar às artes e à filosofia, tal qual na Grécia Antiga.



Renda mínima para todos

Não tem emprego para todo mundo. A tecnologia está fazendo cada vez mais as atividades antes desempenhas por seres humanos. Empregos decentes, capazes de sustentar uma pessoa com dignidade e que atenda às necessidades vitais básicas, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, segundo o Artigo 7º da Constituição.

Hoje, no Brasil, 90% das pessoas aferem menos de R$2.500 por mês. Se você ganha mais que esse valor, saiba que faz parte de uma elite de apenas 10% da população do país. E esta quantia não é muita coisa, tenho amigos pagando mil reais por uma quitinete e se virando para fechar as contas.

Cada vez mais teremos menos empregos disponíveis. A Amazon vai abrir uma loja sem caixa, você pega os itens que quer e simplesmente vai embora, sem filas, já que um sistema de câmeras vai saber os produtos que os clientes estão levando e realizarão o débito automaticamente. Por mais que novas profissões estejam surgindo com a tecnologia e que uma educação empreendedora nos ensine a criar nossos próprios empregos, ainda assim não serão suficientes para que todos desenvolvam atividades econômicas.

Já estamos vendo as consequências disso. Quantas pessoas você conhece que se formaram na faculdade e estão desempregadas ou subempregadas? E a tendência é piorar.

Uma forma de evitar um colapso social é a distribuição de uma renda básica para todos os cidadãos, independente de qualquer fator. A Finlândia vai testar isso e todos seus habitantes ganharão entre dois e quatro mil reais por mês, sem nenhuma contrapartida.

Se tudo der certo, seremos remunerados sem precisar trabalhar, nosso tempo livre será dedicado às artes e à filosofia, e a tecnologia fará quase todo o trabalho. Ou é isso ou um futuro no qual 1% da população viverá com fartura, enquanto o resto sofrerá com escassez de tudo numa luta selvagem pela sobrevivência, mais ou menos como é agora.

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