quarta-feira, 12 de maio de 2021

Política e religião: é tudo ficção

Ilustração da revista Despertai!
Ilustração da revista Despertai!

Vocês já viram a revista Despertai!, das Testemunhas de Jeová? Posso estar enganado, mas a doutrina dessa religião fala da vinda de Jesus seguida da criação do paraíso na terra, com expurgo dos ímpios e vida eterna para os adoradores de Deus.

As revistas, que costumam ser vendidas de porta em porta nas manhãs de domingo, chamam minha atenção por causa das ilustrações, que mostram famílias felizes em gramados verdes, com rios límpidos debaixo de um céu azul, vivendo em harmonia com todos os animais.

Essa visão utópica do mundo também compartilhada pela militância social, com grupos que acreditam na construção de um mundo perfeito, sem latifúndios, agronegócio e capitalismo, as pessoas plantando suas hortas orgânicas em casa e sem ultraprocessados.

Certo mesmo está Yuval Harari, que no livro Sapiens fala da construção de ficções como amálgama social que permitiu que o ser humano sobrepujasse os outros animais.

A religião é uma ficção, assim como os partidos políticos, as nações e o dinheiro.

Militantes políticos organizados e religiosos, no fundo, são guiados pelos mesmos valores: a criação de um mundo melhor orientados por livros escritos há muito tempo com base em fracos indícios.

Sou mais realista. Não acredito na construção de um outro mundo sem a participação dos setores que já estão aí dando as cartas. Em 2050 teremos quase dez bilhões de pessoas caminhando por aí, alimentar toda essa gente será um desafio monumental e precisaremos dos transgênicos produzidos em larga escala. 

Queria o fim do capitalismo? Queria. Acho que é possível? Não acho. Acredito que o mundo não tem mais salvação? Acredito, mas até lá vamos fazendo cuidados paliativos, tem gente morrendo de fome, e a fome dói.

Se você não perdeu renda durante a pandemia, considere fazer uma doação para a campanha Brasil Sem Fome e ajude a alimentar brasileiros que não estão conseguindo comprar comida.

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